Cidade de calçadas: mobilidade, transplantes e eficácia jurídica

Autores

  • Antônio Pedro Rima de Oliveira Faria Universidade de São Paulo - USP (São Paulo, São Paulo, Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.55663/rbdu.v5i9.369

Palavras-chave:

plano diretor, institucionalismo, planejamento urbano, desenvolvimento orientado pelo transporte

Resumo

O presente trabalho consiste em um estudo de caso sobre como o Plano Diretor Estratégico de 2014 da cidade de São Paulo abordou a questão da qualificação e ampliação de calçadas sob uma ótica institucionalista. Procurando entender a influência de teorias e normas estrangeiras na construção do direito urbanístico brasileiro, bem como a eficácia do Plano Diretor paulistano na reconstrução das calçadas. O trabalho conclui que houve substancial influência e incorporação de teorias e normas estrangeiras na formação do Plano Diretor Estratégico, mas que também houve uma “tropicalização” nesta incorporação. Quanto a sua eficácia, o Plano foi limitado por não conter mecanismos de avaliação dos resultados e ter metas tímidas, mas ensejou um debate que inspirou novas normas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Antônio Pedro Rima de Oliveira Faria, Universidade de São Paulo - USP (São Paulo, São Paulo, Brasil)

Graduado em Economia pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestrando em Direito e Desenvolvimento Econômico na Fundação Getulio Vargas. Pesquisador no Centro de Comércio Global e Investimentos da Fundação Getulio Vargas. http://lattes.cnpq.br/5388063700928593

Referências

ACEMOGLU, Daron; JOHNSON, Simon; ROBINSON, James A. “The colonial origins of comparative development: An empirical investigation.” American Economic Review 91.5 (2001): 1369-1401.

BASSUL, J. R. A constitucionalização da questão urbana. Em: Constituição de 1988: o Brasil 20 anos depois. Brasília, Senado Federal, Instituto Legislativo Brasileiro, 2008.

BECKERT, J. Institutional Isomorphism Revisited: Convergence and Divergence in Institutional Change. Sociological Theory, v. 28, n. 2, p. 150-166, 2010.

BRASIL. Lei nº 10.257/2001, de 10 de julho de 2001. Estatuto da Cidade, Brasília, DF, jul. 2001.

CARLTON, I. Histories of Transit-Oriented Development: Perspectives on the Development of the TOD Concept. Institute of Urban and Regional Development, p. 24, 2009. Disponível em: iurd.berkeley.edu.

CARTA DE ATENAS. Conclusões da Conferência 1931. Cadernos de Sociomuseologia. nº 15. 1999. p. 83-89. Disponível em: https://revistas.ulusofona.pt/index.php/cadernosociomuseologia/article/view/332/241.

CARVALHO, S. N. D. Estatuto da cidade: aspectos políticos e técnicos do plano diretor. São Paulo em Perspectiva, 15(4), p. 130-135, 2001.

COUTINHO, D. R. O direito nas políticas públicas. MARQUES, Eduardo; FARIA, Carlos A. P. A política pública como campo multidisciplinar. São Paulo: UNESP, 2013.

COUTINHO, D. R. Direito e institucionalismo econômico: apontamentos sobre uma fértil agenda de pesquisa. Revista de Economia Política, v. 37, n. 3, p. 565-586, 2017.

COUTINHO, D. R. O Direito nas Políticas Públicas. Política Pública como Campo Disciplinar, n. 7, p. 288, 2013.

COUTINHO, D. R.; MARQUES, J. N.; MORETTI, J. A.; PACHECO, M. G.; ROZO, F. F. G. O direito nas políticas públicas urbanas e habitacionais: o uso de instrumentos urbanísticos no Município de Santo André, São Paulo. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, v. 19, n. 64, p. 58-77, 2014.

DEAKIN, S.; GINDIS, D.; HODGSON, G. M.; HUANG, K.; PISTOR, K. Legal institutionalism: Capitalism and the constitutive role of law. Journal of Comparative Economics, v. 45, n. 1, p. 188-200, 2017. Elsevier Inc.

DEMSETZ, Harold. “Toward a theory of property rights.” Classic papers in natural resource economics. Palgrave Macmillan, London, 1974. 163-177.

DI SARNO, D. C. L. Elementos de direito urbanístico. Barueri, SP: Manole, 2004.

DIMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. The Iron Cage Revisited: Institutional Isomorphism and Collective Rationality in Organizational Fields, v. 48, n. 2, p. 147-160, 1983.

EVERS, H.; AZEREDO, L.; BETTI, L. P. et al. DOTS nos Planos Diretores: Guia para inclusão do Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável no Planejamento Urbano, p. 132, 2018.

FERNANDES, E. Do Código Civil ao Estatuto da Cidade. Em: Direito Urbanístico no Brasil. Cidade (i)legal, p. 43, 2008.

FERNANDES. E. (Org.). Direito urbanístico e política urbana no Brasil. Belo Horizonte: Del Rey. 2000.

FONSECA, H. da. Desenvolvimento Orientado pelo Transporte (DOT) aplicado no novo Marco Regulatório Urbanístico de São Paulo: ensaio de oportunidades no “HUB” Bom Retiro, 2017.

FRANCO, F. D. M.; D’ALMEIDA, C. H.; ABREU, G. K. M. A Macroárea de Estruturação. O projeto urbano como instrumento de transformação do território. URB – Revista Iberoamericana de Urbanismo, p. 53-74, 2015.

FRUMKIN, P.; GALASKIEWICZ, J. Institutional isomorphism and public sector organizations. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 14, n. 3, p. 283-307, 2004.

GONÇALVES, M. P.; PERES, R. B. O conceito de desenvolvimento orientado ao transporte (DOT) e suas aplicações no Brasil. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, v. 3, p. 63-69, 2015.

HODGSON, G. M.; ARCHER, M.; CASTRO, A. C. et al. What Are Institutions? v. XL, n. 1, p. 1-25, 2006.

HUMBERT, G. L. H. Curso de Direito Urbanístico e das Cidades. Rio de Janeiro: GZ, 2017.

HUNT, Emery Kay. História do pensamento econômico: uma perspectiva crítica. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Estatísticas do Século XX. 2006. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv37312.pdf. Último acesso em: 14 ago. 2017.

IRAZÁBAL, Clara. Da Carta de Atenas à Carta do Novo Urbanismo. Qual seu significado para a América Latina? Arquitextos, São Paulo, ano 02, n. 019.03, Vitruvius, dez. 2001. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.019/821.

JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.

LACERDA, Norma et al. “Planos diretores municipais. Aspectos legais e conceituais.” Revista brasileira de estudos urbanos e regionais. Vol. 7. n. 1, maio 2005.

LANGER, M. From Legal Transplants to Legal Translations: The Globalization of Plea Bargaining and the Americanization thesis in Criminal Procedure. Harvard International Law Journal, v. 45, n. 1, p. 1-64, 2004. Disponível em: http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_

id=707261%5Cnhttp://heinonlinebackup.com/hol-cgi-bin/get_pdf.cgi?handle=hein.journals/

hilj45&section=6.

LEITE, Carlos; LONGO, Marlon; GUERRA, M. Redes de centralidades multifuncionais e de compacidade urbana: na Reestruturação Territorial de São Paulo, Revista Iberoamericana de Urbanismo, p. 93-119.

LIRA, R. P. Direito Urbanístico, Estatuto da Cidade e Regularização Fundiária. Urban Law, City’s Statute and Agrarian Regularization. Revista de Direito da Cidade, 1(1), 261-276, 2006.

MARICATO, E. As idéias fora do lugar e o lugar fora das idéias. A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis: Vozes, 2000.

MOREIRA, F. D. Urbanismo e modernidade: reflexões em torno do Plano Agache para o Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 2007. 9(2), 95.

MOURA, I. B. de; OLIVEIRA, G. T. de; FIGUEIREDO, A. C. de. Plano Diretor Estratégico de São Paulo (PDE-SP): Análise das Estratégias sob a Perspectiva do Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável. Em: Cidade e movimento: mobilidades e interações no desenvolvimento urbano. Brasília: Ipea: ITDP, 2016.

NAKANO, A. K.; GUASTELLA, S. A. A forma urbana a partir de planos diretores e leis de zoneamento do Município de São Paulo. PARC – Pesquisa em Arquitetura e Construção, 6(3), 142-154.

NETTO, V. M.; SABOYA, R. T. A urgência do planejamento. A revisão dos instrumentos normativos de ocupação urbana. Arquitextos, São Paulo, ano 11, n. 125.02, Vitruvius, out. 2010. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.125/3624. Último acesso em: 12 ago. 2018.

NOBRE, E. A. C. Novos instrumentos urbanísticos em São Paulo: limites e possibilidades. Em: Seminário Internacional da LARES: Mercado Imobiliário e sua Responsabilidade no Processo de Desenvolvimento Urbano, v. 4, p. 1-8, 2004.

NORTH, D. C. Institutions. The Journal of Economic Perspectives, v. 5, n. 1, p. 97-112, 1991.

NORTH, D. C. The New Institutional Economics, v. 142, n. März 1984, p. 230-237, 2014.

NORTH, D. C. Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge University Press, Cambridge, 1990.

PINTO, Victor Carvalho. Direito Urbanístico: plano diretor e direito de propriedade. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Lei nº 16.050 de 31 de julho de 2014. Diário Oficial Cidade de São Paulo, v. 59, n. 140, p. 352, 2014. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/PDE-Suplemento-DOC/PDE_SUPLEMENTO-DOC.pdf.

REZENDE, D. A.; ULTRAMARI, C. Plano diretor e planejamento estratégico municipal: introdução teórico-conceitual. Revista de Administração Pública, v. 41, n. 2, p. 255-272, 2007.

ROLNIK, R. A cidade e a lei: legislação, política urbana e territórios na cidade de São Paulo. Studio Nobel, 1997.

SÃO PAULO. Lei nº 16.050/2014, de 31 de julho de 2014. Plano Diretor Estratégico, São Paulo, SP, jul. 2014.

SEAWRIGHT, Jason; GERRING, John. Case selection techniques in case study research: A menu of qualitative and quantitative options. Political Research Quarterly, v. 61, n. 2, p. 294-308, 2008.

SILVA, J. A. da. Direito urbanístico brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1981.

SILVA NETO, M. L. da. Evolução e tendências da gestão metropolitana em São Paulo. Aspectos normativos, 2010. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.125/3632. Último acesso em: 12 ago. 2017.

TEUBNER, G. Legal Irritants: Good Faith in British Law or How Unifying Law Ends Up in New Divergencies. The Modern Law Review, v. 61, n. 1995, p. 11-32, 1998. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1468-2230.00125/abstract.

VILLAÇA, F. “A crise do planejamento urbano.” São Paulo em perspectiva 9. p. 45-51, 1995.

VILLAÇA, F. Uma contribuição para a história do planejamento urbano no Brasil. In: O processo de urbanização no Brasil. São Paulo: EDUSP, 1999. pp. 169-244.

Downloads

Publicado

15.12.2019

Como Citar

FARIA, A. P. R. de O. Cidade de calçadas: mobilidade, transplantes e eficácia jurídica. Revista Brasileira de Direito Urbanístico | RBDU, Belo Horizonte: Fórum, v. 5, n. 9, p. 7–34, 2019. DOI: 10.55663/rbdu.v5i9.369. Disponível em: http://biblioteca.ibdu.org.br/index.php/direitourbanistico/article/view/369. Acesso em: 13 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos/Article/Artículo