Acessibilidade em cidades tombadas: como transita o direito à cidade?

Autores/as

  • Mariana Alves Universidade do Estado de Minas Gerais
  • Cristiano Pires Universidade do Estado de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.52028/RBDU.v10.i18-ART08.MG

Palabras clave:

patrimônio cultural, acessibilidade, compatibilização, segregação, direito à cidade

Resumen

O presente artigo tem como objetivo apresentar um panorama atual da compatibilização entre a preservação do patrimônio histórico-cultural pelo instituto do tombamento e a garantia do exercício do direito à cidade prevista tanto no Estatuto da Cidade, como nos Planos Diretores Municipais, tomando-se como exemplo paradigmático a cidade de Diamantina, situada no Alto Jequitinhonha mineiro, tombada e reconhecida como patrimônio cultural pela UNESCO. A análise se dará a partir das concepções próprias de acessibilidade determinadas no Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei nº 13.146 de 06 de julho de 2015, utilizando-se do método de pesquisa dedutivo e as técnicas de pesquisa documental e bibliográfica, atentando-se à análise interpretativa das legislações e estudos já existentes. O estudo evidencia, ao final, que apesar da evolução e conquistas normativas em âmbito federal, a realidade em um dos Municípios de maior expressão turística do Estado de Minas Gerais demonstra pouca efetivação de direitos, o que se torna regra geral em tantos outros espaços urbanos que, sob o argumento de preservação da cidade cenário, perpetuam segregação e ocultação de sujeitos.

 

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Biografía del autor/a

Mariana Alves, Universidade do Estado de Minas Gerais

Bacharel em Direito pela Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG Campus Diamantina. Tem experiência na área do Direito, com ênfase em Direito Civil e Direito Administrativo. Pesquisadora no projeto "Desencriptando o direito à cidade nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri" cadastrado junto ao CNPq e bolsista de produtividade em pesquisa da Universidade do Estado de Minas Gerais.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0443831836983264

Cristiano Pires, Universidade do Estado de Minas Gerais

Doutor (2022) e Mestre (2014) em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Especialista em Advocacia Cível pela Fundação Getúlio Vargas (2007). Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2004). Professor efetivo da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e professor contratado da Pós-Graduação Lato Sensu da PUC Minas (virtual e Instituto de Educação Continuada). Coordenador do Grupo de Pesquisa "Desencriptando o Direito à Cidade nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri" cadastrado junto ao CNPq e bolsista de produtividade em pesquisa da Universidade do Estado de Minas Gerais. Pesquisador voluntário do Núcleo Jurídico de Políticas Públicas (NUJUP) da PUC Minas. Sócio do escritório Fernandes & Tolentino Advocacia, com atuação em projetos de regularização imobiliária e regularização fundiária de interesse social, além de formalização, efetivação e consumação de desapropriações em âmbito estadual.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8484209926101660

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Publicado

2025-04-02

Cómo citar

ALVES, Mariana; PIRES, Cristiano. Acessibilidade em cidades tombadas: como transita o direito à cidade?. Revista Brasileira de Direito Urbanístico | RBDU, Belo Horizonte: Fórum, v. 10, n. 18, p. 203–229, 2025. DOI: 10.52028/RBDU.v10.i18-ART08.MG. Disponível em: https://biblioteca.ibdu.org.br/direitourbanistico/article/view/802. Acesso em: 2 oct. 2025.

Número

Sección

Artículo/Artigos/Article/